Muitas vezes, donos e diretores de empresas tendem a decidirem entre eles o planejamento das ações sem envolver seus colaboradores e clientes, gerando resultados ineficazes, focados em conceitos estáticos, distantes do dinamismo do mercado. O publicitário Washington Olivetto, em seu livro "Os piores textos de Washington Olivetto", menciona essa tendência, na qual executivos geralmente acabam cegos pelo ego, as empresas ao fracasso e os colaboradores à desmotivação e improdutividade.
Olivetto ainda ressalta que, para entender é preciso experimentar. Como por exemplo, para o desenvolvimento de um projeto para transporte público, não adianta criar soluções dentro de quatro paredes, e sim vivenciar o transporte público. Ainda sobre experimentar, estamos no momento de consumo mais emocional da história, em que não basta apenas o produto ou serviço em si, mas tudo que o envolve, como a qualidade de atendimento e proximidade com os consumidores.
O professor José Predebon, em seu livro referência nacional em inovação, “Criatividade Abrindo o Lado Inovador da Mente”, criou o conceito "Miopia Estratégica" para denominar a falta de visão conjunta em empresas, causada por esse isolamento. Essa miopia mata o ponto central da criatividade e inovação, a integração de pessoas, pois quanto mais pessoas conectadas, mais associação de realidades e pontos de vista distintos, gerando harmonia, resultados cada vez mais eficazes e sucesso.
Falando em proximidade entre colaboradores, não podemos esquecer outro colaborador fundamental, o cliente. Quanto mais ele estiver presente no processo criativo, mais informações relevantes as empresas terão para desenvolver soluções relevantes. O empreendedor Murilo Gun comenta a importância dessa proximidade também para para conquistar clientes, por meio de experiências para apreciação de produtos ou serviços, tendo como consequência mais interesse e compra, devido ao aumento do conhecimento sobre o tema.
Um último exemplo é o modelo Disney de gerenciar seus colaboradores através do empoderamento em tomadas de decisão, fundamental para motivá-los a proporcionar experiências positivas aos clientes, que acabou virando um modelo de consultoria em gestão de pessoas e atendimento, contratado por grandes empresas como a Porsche.
"Hoje o que realmente importa na competitividade entre as empresas é a inovação. E a inovação tem origem nas pessoas, não nas máquinas".
Waldez Luiz Ludwig, consultor especialista
em informática educativa.
Portanto, as empresas devem evolver todos os colaboradores para formação de uma só cultura e envolvimento mais próximo com os clientes, a fim de entender melhor seu comportamento e necessidades, gerando soluções realmente eficazes.
Assim, o que os negócios têm de mais valioso não é a conta bancária, o prédio ou seus equipamentos, mas as pessoas, que fornecem o combustível para que todo processo estratégico funcione, gere experiências e resultados positivos aos clientes e empresas.
Por Murilo Almeida